5 tipos de protótipos para montar um MVP e otimizar investimentos

Resolver problemas complexos demanda energia e colocar uma ideia na rua dá trabalho. Já pensou passar um tempão desenvolvendo um produto ou negócio, para só depois descobrir que ele não está adequado às reais necessidades do seu público alvo?
Isso pode acontecer. Porém, com a ajuda de ferramentas para inovação, como o MVP (Minimum viable product ou mínimo produto viável), você consegue diminuir as chances de rejeição e retrabalho. A ideia é fazer testes certeiros com o mínimo de investimento de tempo, conhecimento, dinheiro e outras coisas que são valiosas (e às vezes escassas) para quem está começando a empreender.
Para pegar algumas dicas sobre protótipos para testar suas hipóteses e ideias de negócio, conversamos com Gui Sarkis*, educador e empreendedor que facilitou o encontro #VaiPraRua do Lab Inovação na Cadeia da Moda, uma parceria do Social Good Brasil com o Instituto C&A.
 

Os tipos de protótipos

Antes de pensar em criar o MVP, é preciso identificar os valores mais importantes para o seu cliente e tentar condensá-los em uma ideia protótipo, que deve ser construído com poucos recursos e sirva para tirar as dúvidas que você ainda tem a respeito do formato.
Segundo Gui, entre muitos tipos possíveis, há pelos menos cinco que são clássicos e citados por vários profissionais da área de inovação, pois englobam a boa parte dos desafios que surgem para empreendedores que querem resolver problemas complexos. São eles:
1. Teste Fumaça: Demonstração do produto funcionando. Uma das formas mais comuns é em vídeo, mas pode ser o que a sua criatividade mandar e os recursos disponíveis permitirem. É útil para validar o conceito básico e fundamental do negócio a partir do interesse do seu público. Se a partir do protótipo houver uma clara manifestação de um grupo de consumidores – assinando uma newsletter, preenchendo um formulário em uma landing page, interagindo com você – é um bom sinal de que você está no caminho certo.
Exemplo: MVP do Politize
Proposta: O objetivo da iniciativa é realizar educação política de forma atual e lúdica nas escolas.
MVP: Conteúdo didático em vídeos sobre Educação Política para atrair o interesse de usuários (alunos) e potenciais clientes (escolas).

2. Concierge: Consiste em escolher um universo menor de clientes e fazer um produto customizado simulando a operação do negócio. A proposta central de valor que você quer entregar deve ser respeitada, mas também é possível compreender como ele percebe este valor e o que além dele é importante. Com este trabalho personalizado, é possível perceber (e corrigir) falhas de logística e descobrir lacunas a serem preenchidas antes do lançamento do produto final.
Exemplo: MVP do Cientista Beta
O objetivo da iniciativa é incentivar alunos de ensino fundamental médio à carreira de cientista, para desde cedo vislumbrarem um futuro na academia.
MVP: A partir dos alunos interessados em projetos de ciências e estudantes de graduação e pós-graduação em ser seus mentores, a empreendedora conectou os interessados com base em seus perfis.

3. Mágico de Oz: É parecido com o Concierge, porém, não é personalizado. Também utiliza o trabalho do empreendedor na operação para simular a tecnologia do produto em si. Deve ter uma interface que simula a funcionalidade do produto, mas não ter os processos automatizados por trás. Isso ajuda ver e prever possíveis falhas antes do investimento para desenvolver a tecnologia do produto final.
Exemplo: MVP do Plante pra mim  
O objetivo da iniciativa: Aproximar consumidores dos produtores de orgânicos por meio de uma plataforma de vendas e distribuição online de produtos com sistema de compra esporádica e assinatura.
MVP: Tá vendo a imagem do site aqui em baixo? Apesar de parecer tudo pronto, quando as compras eram efetuadas os empreendedores faziam a montagem dos kits simulando um processo automatizado. A plataforma estava no ar, mas a operação era manual.

4. Duplo/Teste AB: Ideal se você ainda está em dúvida sobre qual caminho seguir. Consiste na elaboração de pelo menos dois protótipos que testam negócios similares, mas com uma diferença orientada por mais de uma hipótese. Devem ser lançadas simultaneamente como uma forma de testar qual e melhor aceita pelo público e validar uma das hipóteses.
Exemplo: MVP da Signa
O objetivo da iniciativa é fazer com que surdos ensinem outros surdos as competências profissionais que querem aprender.
MVP: Foram propostos dois cursos para ver qual teria maior demanda: 1. Excel; 2. Preparação para Entrevistas de emprego. O de Excel teve mais interessados e teve vídeo no Facebook convocando os surdos para contarem o que mais tinham vontade de aprender: Assista aqui
Aliás, vídeos são um dos fortes da comunicação da Signa. Para compreender melhor a iniciativa, fica a dica para assistir aqui. 

5. Protótipo de baixa resolução: Este tipo de protótipo propõe aplicar ao problema que busca resolver alguma solução já existente ou a combinação de soluções que já estão no mercado. Isso serve para testar o comportamento do usuário e ver se há aceitação do mercado em que você deseja se inserir.
Exemplo: MVP Listen
O objetivo da iniciativa é utilizar smartphones como substitutos de baixo custo dos aparelhos auditivos para pessoas com perda auditiva.
MVP: Foram utilizadas uma combinação simples de ferramentas já existentes, como aplicativos de música, para testar a aceitação da solução por pessoas com perda auditiva.

E depois?
Esperamos que as dicas ajudem você a construir e desenvolver o seu MVP, para testar se o cliente percebe o valor e tem interesse no produto que você deseja lançar. Este é apenas um passo, mas que pode ajudar você a ser mais eficiente, para para que o casamento entre o seu produto e o mercado seja duradouro e feliz.
Depois do protótipo chegará o momento de estruturar o desenvolvimento sabendo que vale a pena investir. A diversão está só começando. O trabalho continua, mas de forma mais esclarecida.
*Gui Sarkis é um educador e empreendedor que atua como consultor e facilitador na área de liderança criativa para organizações de diferentes portes no Brasil e exterior. É mentor e há 3 anos contribui com o desenvolvimento do Lab do SGB.

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