Dados, trabalho e futuro: o que eu faço agora?

As inscrições para o SiSU (Sistema de Seleção Unificado) abriram no início de agosto. O sistema usa a nota do Enem, o maior vestibular do país, para selecionar os futuros alunos das universidades públicas pelo país inteiro e acontece duas vezes por ano. Essa foi a segunda edição. Para tanta gente buscando que carreira seguir (foram mais de 200 mil vagas em 2021.1), o sistema precisa de muita tecnologia e maestria para lidar com tantos dados. Mas não é dele que falo hoje.

Tem pouco tempo entre o ano em que era eu a ansiosa para me inscrever no sistema e a terça que abriu as inscrições. Faz pouco mais de 2 anos. De lá pra cá aconteceu algo que mudou muita coisa dentro e fora do Brasil. A pandemia deixou ainda mais evidente um processo que já estava em curso: a popularização do home office, das formações online e a descentralização do trabalho – muitas organizações já não têm mais sede física (e o SGB é uma delas, que está com o time 100% remoto, em vários cantos do país).

Uma busca no Google Trends mostra que a busca pela palavra “vestibular” tem hoje quase metade da popularidade da que tinha quando fiz a prova, em 2018. A queda de interesse é ainda mais acentuada nos últimos 5 anos. Nem preciso dizer o que vemos ao analisar os dados desde 2004, né? O interesse por vestibulares é 10 vezes menor.

O que isso significa?

Não é só a análise do Google Trends que mostra a queda no interesse pelo padrão que aprendíamos há 20 ou 30 anos: a carreira fechada, segura e imutável desde a escolha do curso de graduação ou profissionalizante até a aposentadoria na mesma área. A busca por dinamismo e liberdade para explorar diferentes áreas de atuação tem ganhado espaço. Isso explica o aumento da popularidade de termos como “cursos online” no Google. 

Além de ser mais adaptável, o formato permite uma pluralidade de caminhos, mesmo para quem já fez ou está fazendo um curso superior paralelamente. Esse quadro que começa a se desenhar abre as portas para o futuro do trabalho, um momento que já estamos vivendo em muitos setores.

E falando em futuro…

Quem acompanhou as Olimpíadas de Tóquio se deparou com um cenário futurista, todo tecnológico, com aparatos que nos permitem assistir aos bloqueios de Rosamaria como se estivéssemos na arquibancada. Se você voltar um pouco no tempo, vai perceber o que vem por aí: a última edição dos Jogos sediada no Japão foi vitrine para as inovações que o país levaria para o mundo em breve. O trem-bala e relógios super precisos foram heranças da edição de 1964. Dessa vez não será diferente. São robôs especializados, carros autodirigidos e algoritmos que parecem ter saído da série Black Mirror – ou de Tóquio mesmo!

Tá, mas o que isso tem a ver com a minha futura profissão?

Talvez você possa pensar que as inovações ultratech que citei demorem a chegar no dia a dia da gente por aqui, no Brasil. Como o trem-bala, que até hoje não chegou. Mas estamos falando agora de transformações no mundo digital, que não exigem o tempo, mão de obra e investimento público que os trens. 

O home office foi a primeira experiência profissional de muita gente – inclusive a minha -, em especial por causa da pandemia. Mas não há campanha de vacinação ou erradicação da Covid-19 que fará a tendência estacionar. As conexões virtuais parecem ter substituído satisfatoriamente muitas das relações que antes eram apenas presenciais. Assim, toda inovação que se propor a encurtar distâncias e tornar mais fluída a comunicação remota terá espaço de sobra para explorar.

Então eu preciso ser expert em tecnologia?

Não e sim. Claro que se você quiser, é uma opção incrível, cheia de possibilidades. Mas não é a única. Ainda tem muito espaço no mercado de trabalho para quem não opta pela especialização em tecnologia. Na verdade, enquanto muitas profissões estão caminhando rumo ao desaparecimento, milhões de novas estão surgindo. Esse foi o tema do 2º episódio da série Habilidados, dá uma olhada:

As inovações tecnológicas estão mudando a dinâmica em todas as áreas, de engenharia e marketing ao empreendedorismo. E a tendência é que elas estejam presentes em cada vez mais espaços, em especial por meio dos dados, que compõem quase tudo com o que lidamos hoje. Não é coincidência que o pensamento crítico seja uma das habilidades mais valorizadas para o futuro: a capacidade crítica e analítica é essencial para trabalhar com dados.

Para medir se um conteúdo de marketing está alcançando o público-alvo no Instagram, por exemplo, um criador de conteúdo analisa os insights da rede. Os dados que medem alcance, interação, engajamento e relevância, e para extrair informações valiosas dele é preciso saber o idioma em que elas estão: o idioma dos dados. 

Uma engenheira poderá integrar projetos e compará-los por meio de uma única base de dados. Assim, consegue otimizar seu trabalho, repetindo o que dá certo, descartando o que não é eficiente e medindo os benefícios de novas técnicas ou materiais.

Quem deseja empreender deve conhecer o ramo, o público, o produto ou serviço. Para isso, usará ferramentas de pesquisa e análise de dados e, com o negócio saindo do papel, a mensuração das métricas são dados importantes para decisões mais assertivas. 

Agora imagine uma realidade em que essas e outra dezena de profissões se entrelaçam, formando mais que uma carreira única, mas um caminho cheio de bifurcações. 

Hoje, um único criador de conteúdo reúne um pouco das atribuições que antes eram distribuídas por várias equipes. Isso porque, além de estarmos caminhando para um mercado mais dinâmico, os dados e a tecnologia facilitam a maioria das tarefas, tornando possível essa pluralidade de caminhos profissionais. 

Independentemente dos caminhos que você escolher trilhar, os dados têm poder para tornar a caminhada uma experiência ainda melhor.

Em meio a tudo isso, por onde começar?

Assim como não existe apenas um caminho possível, os pontos de partida também podem ser múltiplos. Aqui, de novo, eles estão: os dados! Processos de escolha, especialmente aquelas que parecem definir grande parte do nosso futuro, podem assustar, intimidar. Com um pouco de calma e a ajudinha do SGB, você chega lá. Tomar decisões baseadas em dados é mais simples do que o nome pode sugerir. Vai ver você já faz isso o tempo inteiro, sem sequer notar. 

Pra resumir, o processo é perguntar. Pergunte a rankings e sites de busca em que áreas uma habilidade que você tem é mais valorizada, como você pode explorá-la ou então como desenvolver uma habilidade que te interessa. O importante é saber olhar para o futuro como um campo de experimentação, longe de ser engessado a uma escolha.

Se você, assim como eu, curte escrever, procure entender que tipo de escrita é a sua praia, em qual área isso é demandado, como escrever para uma determinada finalidade. Esse ritual de questionamentos e respostas pode – e deve – ser feito frente a qualquer processo de escolha.

Você pode procurar dados para construir suas respostas em sites de buscas, como o Google, ou diretamente em fontes específicas, como o site Guia do Estudante, e levantamentos nacionais e internacionais, como o Ranking Universitário Folha e o Relatório do Futuro do Trabalho de 2020. A plataforma Vagas.com também tem um mapa interativo que mostra trajetórias profissionais de pessoas a partir de inúmeros cargos. Essas referências ajudam a entender a enorme pluralidade que está diante de nós. A fluência em dados é a lente pela qual será possível enxergar tudo o que elas têm a oferecer – e decidir por onde começar a caminhar.

Comece a mergulhar com o Social Good Brasil

A gente sabe que o primeiro passo é sempre o mais difícil. Famosa Inércia! E, às vezes, a gente nem sabe que passo é esse. Os pontos de partida são muitos, e você pode escolher entre centenas deles. Sabendo que é complicado fazer essa decisão, o SGB te dá uma sugestão.

O mar de dados é enorme, cheio de possibilidades, cheio de mistérios a explorar. Queremos te ajudar a nadar por ele e, para isso, é preciso saber como você está primeiro. Qual é seu nível de fluência em dados? O SGB tem um teste exclusivo, inédito e gratuito para te ajudar a descobrir!

A Autoavaliação SGB te ajuda a entender de que jeito você explora o oceano de dados. De iniciante, ainda colocando os pés na água, a quem já consegue mergulhar fundo, esse teste é para todos!

Acesse a Autoavaliação SGB e, em menos de 10 minutos, descubra por onde começar a sua Jornada da Educação em Dados.

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