Conheça habilidades e tendências e se prepare para o que vem por aí
O futuro é assustador. Ainda mais se adicionarmos uma dose de tecnologia que faz lembrar distopias cinematográficas e uma enxurrada de figuras ameaçadoras. Se os robôs vão tirar o emprego das pessoas? O futuro do trabalho ninguém pode prever com certeza, mas uma coisa é clara: pensar que algo vai ser destruído é mais fácil do que imaginar a criação do que ainda não existe.
Tal destruição já vemos em nosso dia a dia: caixas automáticos que começam a substituir colaboradores nos supermercados e os multibancos que desaparecem das esquinas são consequências do boom tecnológico. Então, as transformações não são o futuro. Elas são o presente, a rotina que já vivemos. Como disse Eduardo Valladares, questionador sobre o futuro da educação e do trabalho, ¨o futuro é um produto do presente que estamos construindo¨.
E já temos millennials, dados, tecnologia, globalização, mobilidade, novas atitudes. Se todos concordamos em uma coisa, é que o panorama do trabalho está mudando… e rapidamente. Em um mundo em constante movimento, quem leva tempo para se adaptar às mudanças pode botar tudo a perder. Se as empresas não podem mais esperar para ver o que acontece, quem cria o futuro do trabalho? Isso mesmo, todos nós – e devemos estar atentos às habilidades e tendências que o amanhã nos espera. Aí vamos nós!
O Futuro do Trabalho – o que é, afinal?
Esta não é a primeira vez que a sociedade ocidental mudou completamente sua ideia cultural de trabalho. Antes da era industrial, o trabalho era sinônimo de habilidade, de criar produtos. Agora, à medida que avançamos para a revolução cognitiva, tudo indica que estamos redefinindo o trabalho para criar (valiosas!) colaborações homem-máquina.
Grande parte da discussão é centrada na Inteligência Artificial e se os robôs assumirão ou não nosso trabalho, mas vale lembrar que o alto risco de automação de empregos não é sinônimo de menos empregos no futuro. Historicamente, não foi esse o caso. As máquinas faziam o trabalho das pessoas, mas aumentavam a produção e geravam outros empregos. Isso sim, a jornada de trabalho caiu muito: de mais de 60 horas semanais na segunda metade do século XIX para, hoje em dia, menos de 40.
Também cabe dizer que o avanço tecnológico é somente um aspecto da grande mudança que estamos vivendo. Novas forças estão transformando o mundo do trabalho e grandes oportunidades nos aguardam para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores, aumentar as funções disponíveis, acabar de vez com a lacuna de gênero, reverter a desigualdade em todo o mundo e muito mais. Porém… nada disso vai acontecer sozinho.
Avanços tecnológicos como inteligência artificial, automação e robótica vão criar novos empregos, mas quem vai se perder nesta transição pode ser os menos preparados para aproveitar as novas oportunidades.
Por isso, empresas como a Carambola desenvolvem produtos para incluir a diversidade no mercado de trabalho de tecnologia. No esforço de promover a inclusão produtiva de populações em situação de vulnerabilidade, a startup luta contra a exclusão enfrentada devido a aspectos estruturais. A startup é fundada por Gustavo Glasser, homem transgênero, que participou do Festival Social Good Brasil no Painel ¨Futuro do trabalho e inserção na cadeia produtiva¨. Assista aqui:
Essas transformações nos oferecem um mundo de possibilidades. Lutamos por um futuro do trabalho com igualdade de oportunidades e justiça social, assunto que virou trend topic na pandemia, colocando em urgência nossas disparidades sociais mais esquecidas.
Mudanças aceleradas pela pandemia
Aumento do desemprego, encolhimento dos mercados, manipulação de dados e número de mortes subindo: quantos anos se passaram em 2020? Continuamos com a mesma sensação em 2021 e há quem queira apagar o período pandêmico da memória, mas já sabemos que os efeitos do Covid-19 vieram pra ficar. Não somente econômicos, mas também de comportamento – o futuro do trabalho já chegou chegando, sem nem perguntar se aceitamos os termos de uso.
Assim, empresas e trabalhadores tiveram que se adaptar às reuniões virtuais. Uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial de 2020 concluiu que 50% das empresas pretendem acelerar a automação da força de trabalho, enquanto mais de 80% devem expandir a digitalização de seus processos.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCED), a tendência de eliminar as tarefas repetitivas pode eliminar também mais de 14% e interromper 32% dos empregos atuais.
À medida que as máquinas pegam para si as tarefas mais repetitivas, muito provavelmente as funções vão ser redefinidas para combinar tecnologia + competências humanas + especialização em interpretação. Os empregos tendem a exigir habilidades individuais em áreas como resolução de problemas, comunicação, escuta, interpretação e design.
Habilidades
Metade da população que trabalha vai precisar de reciclagem nos próximos cinco anos. Esse e outros dados foram coletados na terceira edição do Relatório Futuro do Trabalho de 2020 do Fórum Econômico Mundial, que mapeia os empregos e as habilidades do futuro.
Quais são elas? Citamos abaixo as 15 principais habilidades em 2025:
- Pensamento analítico e inovação
- Aprendizado ativo
- Resolver problemas complexos
- Pensamento crítico e análise
- Criatividade, originalidade e iniciativa
- Liderança e influência social
- Uso, monitoramento e controle de tecnologia
- Design e programação de tecnologia
- Resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade
- Raciocínio e resolução de problemas
- Inteligência emocional
- Solução de problemas e experiência do usuário
- Orientação ao cliente
- Análise e avaliação de sistemas
- Negociação e persuasão
Ficamos felizes em saber que algumas dessas habilidades nós já aplicamos por aqui, no dia a dia da organização ou em nossa metodologia proprietária. Segundo a pesquisa, as pessoas precisam de apenas um ou dois meses para adquirir uma de suas 15 principais habilidades em profissões emergentes. E pode levar de dois a três meses para expandir suas habilidades em desenvolvimento de produtos, dados e inteligência artificial. Em 4 meses, seria possível passar para funções de engenharia e nuvem. Você acredita?
“Temos as ferramentas à nossa disposição. A riqueza de inovação tecnológica que define nossa era atual pode ser aproveitada para liberar o potencial humano”, disse o fundador e CEO do Fórum, Professor Klaus Schwab.
Além das ¨soft skills¨, também chamamos a atenção para a educação em dados que, atualmente, é uma das principais competências e habilidades a esse respeito. Embora nem todos devam ser especialistas em gerenciamento e análise de dados, todos os profissionais devem ter conhecimento sobre isso.
O primeiro passo para melhorar a fluência em dados é ser curioso e atento a como você interage com os dados no dia a dia. Por exemplo, questionar o porquê das coisas, saber ler e interpretar dados expostos em notícias – seja sobre o tempo ou economia. Um exemplo cotidiano também é fazer uma pesquisa, analisar os prós e contras ao tomar uma decisão no trabalho.
No Social Good Brasil acreditamos que existem 7 competências essenciais para as pessoas desenvolverem e enfrentarem os desafios do mundo digital e para o futuro do trabalho. Elas compreendem algumas das habilidades dessa pesquisa, mas também compreendem o contexto brasileiro.
- Ler dados
- Trabalhar com dados
- Analisar dados
- Comunicar e argumentar com dados
- Tomar decisão orientada por dados
- Garantir ética, proteção e privacidade de dados
- Utilizar dados e tecnologias para gerar impacto positivo
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Tendências
Entre as “profissões do futuro”, há muitos itens, como controlador de tráfego com drones e cientistas e cirurgiões para o aumento de memória. Também apontamos outras tendências para se ligar:
>>> Colaboração entre áreas: Como podem advogados e programadores trabalharem lado a lado? Num futuro próximo, segundo o Fórum Econômico Mundial, será comum que diferentes áreas colaborem entre si para potencializar processos criativos. Isso porque um biólogo pode se atrelar à sustentabilidade, um programador à experiência do usuário e um designer à estética. Parece mais fácil resolver problemas assim, todo mundo junto, né?
Nem para todos. O tema ainda é desafiador para a maioria das empresas, já que grandes redes de conexões exigem muita desconstrução: o que entendemos até aqui sobre equipes é bastante linear, caminho contrário de um mundo de mudanças e transições rápidas. Por isso, aqueles com olhar voltado ao amanhã poderão obter vantagens estratégicas ao capitalizar o potencial dos ecossistemas.
>>> O fazer precisa fazer sentido: Estima-se que em 2025 a geração Y representará cerca de 75% da força de trabalho. Com tecnologia na mão e não se importando em morar na casa dos pais até encontrar um emprego que realmente queiram, os millenials farão com que as empresas mudem suas mentalidades.
Assim, privilégios à parte, o fator financeiro não será mais o fator decisivo. A DoSomething Stategic explica que mais de 75% dos jovens compram de marcas que apoiam causas que se identificam e 85% fariam trabalho voluntário. Além das causas sociais, 43% citam os programas de bem-estar como um motivo para permanecer no emprego. Os millenials realmente buscam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, o que passa a pesar mais na decisão.
>>> Dados e algoritmos: Ferramentas tecnológicas já permitem avaliações constantes por meio dos dados gerados na Internet (por exemplo, as avaliações de serviços feitas pelos clientes) e que podem levar a tomadas de decisão como contratações ou demissões.
Além disso, o big data se torna a matéria-prima para o desenvolvimento de inteligência artificial e robôs. Em tal mundo de trabalho, dados e algoritmos desempenham um papel fundamental. Mas eles são propriedade da empresa ou do trabalhador? Podemos mover esses dados de uma empresa para outra?
A LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados entrou em vigor no Brasil em meados de 2020 e fez com que todas as empresas fizessem ajustes em suas rotinas. CPF, RG, tipo sanguíneo são exemplos de dados; a lei regulamentou também a proteção dos chamados dados sensíveis, aqueles que se referem à raça, religião, filosofia, política e orientação sexual. Conforme novas maneiras de captar informações vão surgindo, ementas vão sendo criadas… A regulamentação ainda deve ir longe!
>>> Renda universal: A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCED) afirma que entre as razões pelas quais a desigualdade está crescendo está o “progresso tecnológico”. E ilustra com dados: há uma geração, os 10% mais ricos da sociedade nos países industrializados tinham sete vezes a riqueza dos 10% mais pobres; agora a proporção cresceu para 9,4 vezes mais. E não parece que vai parar.
Por isso se fala em renda básica: provavelmente se tornará imprescindível para quem perde o trabalho e não sabe se adaptar às novas circunstâncias. Alguns autores vão além, como o economista e jornalista do The Economist Ryan Avent, que fala em renda universal.
Ninguém sabe dizer o que será do futuro, mas com informação podemos nos preparar (e criar!) o que vem por aí. Resta saber como os robôs vão permear o mercado de trabalho e como vamos gerenciar as desigualdades de um ambiente cada vez mais polarizado.
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