Algumas tecnologias futuristas já fazem mais parte da sua vida do que você imagina. O blockchain está transformando o sistema financeiro; o uso de dados e a inteligência artificial estão impactando desde o marketing até a saúde e a política. No Festival SGB deste ano, a gente vai falar de tudo isso e muito mais. Leia esse post para já ficar ligado ?
O Fórum Econômico Mundial prevê que até 2027 10% do PIB global estará armazenado em Blockchain.
Bitcoin. Blockchain. Cifras astronômicas e um crescimento meteórico de valor. Mas o que é tudo isso? Vamos por partes: O bitcoin é uma moeda virtual independente com altos níveis de criptografia. Foi desenvolvida entre 2008 e 2009 por um programador ou um grupo de programadores com o pseudônimo de Satoshi Nakamoto.
O dinheiro que usamos atualmente é sempre controlado por um governo, e as instituições financeiras participam e cobram um percentual de quase todas as transações monetárias. Como os bitcoins são altamente criptografados e gerados a partir de uma computação bem complexa, as transações podem ocorrer de maneira independente.
A grande diferença do bitcoin para as moedas tradicionais é a descentralização. Não há uma “casa da moeda” de bitcoins; sua mineração (nome dado à operação virtual que gera a moeda) é feita por milhares de computadores de alta capacidade distribuídos pelo mundo. O software que minera a moeda tem o código aberto e qualquer um com um computador potente pode realizar a operação. Ao mesmo tempo, a programação utilizada impede que alguém produza bitcoins demais e desequilibre a moeda.
Já o blockchain é uma grande corrente de transações de bitcoins. Elas são agrupadas em blocos, e conectadas aos blocos anteriores. Dessa forma, para que alguém consiga hackear uma transação, terá de hackear toda a corrente. Quanto mais transações ocorrerem, maior será a complexidade do blockchain — e também sua segurança.
Estamos falando de computação muito complexa, e esse é um esquema bem simplificado de como o blockchain funciona. Na prática, precisamos saber que essa tecnologia pode reduzir muito os custos das transações financeiras e torná-las mais acessíveis para quem ainda está excluído do sistema financeiro. Por exemplo: hoje, para um imigrante ou refugiado enviar dinheiro para a família no seu país de origem, precisa pagar altas taxas aos bancos que realizam a operação. Com o blockchain, a transferência pode ocorrer diretamente entre quem envia e quem recebe, utilizando apenas a internet e reduzindo drasticamente o custo. O sistema também pode ser utilizado para validar contratos, certificados… As possibilidades são infinitas!
O blockchain têm sido cada vez mais utilizado em transações e o valor do bitcoin sobe a cada dia. Segundo um estudo do Washington Post, se você tivesse comprado tivesse comprado USD$100 em bitcoins em 2010, teria hoje USD$73 milhões. Atualmente, uma unidade de bitcoin vale em média R$18 mil. Com esse aumento astronômico, o Fórum econômico mundial já prevê que daqui a 10 anos, em 2027, 10% do PIB mundial será composto por blockchain.
Para saber mais: O que é Bitcoin?
O volume de dados no mundo digital DOBRA a cada dois anos.
Você já deve ter ouvido falar que dados são o futuro. Mas já pensou o porquê disso? Cada ação que você realiza na internet deixa um rastro digital. Ao tirar uma selfie no seu celular, você gera um registro geográfico de onde estava, a que horas, em que dia. Se compartilha a foto com os amigos, o caminho que a imagem faz na rede também fica salvo.
Fazer uma transação financeira, baixar um ebook, trocar mensagens com os seus amigos, curtir uma foto, seguir uma página de um conteúdo que você gostar. Segundo levantamento da Singularity University, em 2010 1.8 bilhões de pessoas estavam conectadas à internet. Hoje, são 3 bilhões. Até 2025, e o mundo inteiro estará online. Toda essa conexão gera hoje mais de 2.5 exabytes de dados por dia! Quanto mais usamos a internet, mais informação produzimos.
Esses dados que você gera revelam todo o seu comportamento na rede. Grandes empresas sabem há muito tempo que conhecer o cliente é a melhor maneira de desenvolver o produto certo para as pessoas certas, e por isso os dados que você gera online passaram a ser valiosos para elas.
Ao mesmo tempo, a valorização dos dados aumentou muito o investimento e a pesquisa sobre inteligência artificial e o processamento de toda essa informação. Segundo levantamento da Forrester, o investimento em inteligência artificial triplicou no mundo em 2017. Isso está acontecendo porque dados são a matéria prima principal para criar computadores inteligentes — e quanto mais informação eles processam, mais inteligentes ficam.
E isso tudo pode ser usado para o bem! Você lembra quando, no início dos anos 2000, todo mundo comemorou a decodificação do genoma humano? Foi um trabalho que, à época, os cientistas precisaram de dez anos para completar. Com a tecnologia de hoje, o mesmo processo seria realizado em apenas uma semana. Os supercomputadores da IBM, por exemplo, já auxiliam médicos e enfermeiros no diagnóstico de pacientes ou guiam uma exposição de artes.
Para saber mais: esse TED da Susan Etlinger discute o que podemos fazer com tooodos esses dados:
Você já imaginou um robô que examinasse as contas públicas a procura de irregularidades?
Os governos sempre geraram muitos registros de diversas naturezas. Como, teoricamente, é preciso prestar contas sobre tudo, existem infinitos registros sobre o que o governo compra, de quem compra, quanto custa, quem recebe, o quanto recebe… A democratização destes dados ainda precisa melhorar, mas medidas como a Lei de acesso à informação e os Portais da Transparência já são um ótimo avanço.
Mas só ter acesso aos registros de contas públicas não é suficiente. Precisamos de ferramentas que cruzem e processem esses dados para que eles realmente nos apresentem informações relevantes. A Data Science Brigade tem um exemplo muito bom de como fazer isso na prática utilizando o processamento inteligente de dados: a Operação Serenata de Amor.
Funciona assim: A Serenata de Amor criou a Rosie, uma inteligência artificial capaz de analisar cada pedido de reembolso dos deputados e identificar a probabilidade de ilegalidade. Os reembolsos parlamentares são um benefício concedido além do salário oficial aos nossos 513 parlamentares federais para custear gastos como refeições, passagens aéreas, hospedagem e outras despesas durante as atividades parlamentares.
Somente em 2015, foram 169.241 pedidos de reembolso. Como é difícil analisar todos esses pedidos, irregularidades ocorrem. A Rosie já identificou, por exemplo, um pedido no valor de R$ 6.205,00 reais referente apenas à uma refeição, ou um deputado que pediu reembolso para 13 almoços diferentes no mesmo dia. Cada parlamentar gasta, em média, R$122,00 dessa cota extra, diariamente.
A Rosie tem o poder de identificar essas irregularidades, e a equipe de apoio faz a denúncia para que a Câmara peça ao parlamentar que devolva o dinheiro reembolsado indevidamente. O mais legal é que quanto mais ilegalidades a Rosie perceber, mais inteligente e autônoma ela fica. O plano é que no futuro ela consiga identificar as irregularidades e encaminhar as denúncias totalmente sozinha. Já imaginou essa tecnologia replicada no controle dos gastos da prefeitura ou da câmara de vereadores da sua cidade? É possivel!
Saiba mais sobre a Serenata de Amor aqui.