Desde que o Social Good Brasil teve o privilégio de conhecer o Edgard Gouveia Júnior, em 2016, não nos largamos mais. O Edgard é parte do rosto, corpo, alma e coração de um dos nossos programas mais antigos e queridos: o Festival SGB.
Mas ele é muito mais do que isso. A lista de tudo o que ele é, é longa. Arquiteto e urbanista, pós-graduado em jogos cooperativos, empreendedor social e presidente e co-fundador do LiveLab, fundador e presidente da Epic Jorney, Fellow Ashoka, Berkana Exchange e muito mais. Mas pra gente, ele é um exemplo de como os encontros são transformadores.
Se você já esteve em algum dos nossos eventos, deve lembrar dele lá, no nosso palco. A cada dinâmica nos ajudando a nos conectarmos com quem está por perto. Trazendo palavras e experiências que ressoam para muito além daqueles dias que passamos juntos. Como ele mesmo diz, ele “não se cansa de colocar as pessoas para brincar”. E acredita que é assim que agente pode mudar o mundo de um jeito rápido, divertido e sem colocar a mão no bolso.
Mobilizando a si mesmo
A gente aprendeu tanto com o Edgard ao longo dos últimos anos, que foi uma honra saber que ele também pode aprender com a gente. O Social Good Brasil sempre foi uma organização marcada pela liderança feminina e comprometimento com a equidade de gênero. Mulheres incríveis passaram por nós ao longo desses últimos 10 anos. Por isso, para o Edgar, um dos principais aprendizados em estar com a gente foi a conexão com o feminino.
Entre acertos e erros, Edgard conta que a partir das suas experiências no palco do Festival SGB saiu com abertura para entender o sistema de crenças que sustenta o machismo. Começou a ler muito mais, conversar com as amigas e com muita abertura olhar para isso: “Acreditar que não é machista é como ver um rato em casa e dizer: ‘mas como assim tem um rato? A casa é limpa’. Tem que procurar o rato, investigar para transformar e dissolver”, exemplifica.
Seu apoio na inclusão das pessoas com deficiência também foi marcante, fazendo com que fossem vistas, ouvidas e acolhidas em um workshop e também no palco principal: “Ao começar a brincar com eles no palco, eles viraram sujeitos. Tem que desaprender muita coisa pra aprender até a dar um abraço. Esse direito ao afeto, são narrativas internas. Tinha gente que não escutava, outros que não enxergavam, outros que não falavam. Fiquei emocionado ao vê-los felizes. ‘Existo, tô aqui'”.
Mobilizando desde milhares… Até 2 milhões
Bom, as milhares de pessoas que passaram pelo Festival SGB já foram mobilizadas por ele. Mas ele tem a ambição de ir além. As iniciativas criadas por ele têm como objetivo mobilizar as comunidades a partir das crianças por meio de desafios que possam reequilibrar a Biosfera.
Edgard conta que uma de suas motivações para criar um projeto envolvendo as crianças veio a partir dos altos índices de abandono da escola e evasão escolar. Mas foi viajando pelo mundo, em 2015, que teve um insight: “os governos não vão fazer as mudanças que precisam ser feitas. Vai vir da sociedade civil”.
Foi neste momento em que ele resolveu parar o que estava fazendo para achar uma solução que pudesse mobilizar 2 bilhões de pessoas. Foi aí que surgiu a Jornada X, um projeto que coloca as crianças e jovens na liderança das mudanças. Hoje ele acredita que todo mundo pode – e deve! – se movimentar, inclusive os governos, onde também tem gente querendo fazer mais e melhor.
A jornada continua. E que siga assim pela próxima década!