O que você considera como uma habilidade relevante para se destacar em um processo seletivo? Fluência em línguas estrangeiras? Facilidade com softwares? Atualmente, diversas vagas de emprego tem como ponto principal ou mesmo competência relacionada, a fluência em dados.
Por exemplo, o site TecMundo fez uma lista com sete profissões que serão destaque no futuro. Todas elas, sem nenhuma exceção, vão lidar com dados. Mesmo o recrutador de pessoas vai precisar analisar perfis e combinar informações, ou seja, tratar dados.
Assim, se você pensar bem, praticamente todas as profissões acabam lidando com dados em algum momento. A análise de dados está presente em várias áreas de conhecimento atualmente. Por exemplo, foi durante a pandemia de Covid-19 que a observação de dados possibilitou a avaliação de indicadores relacionados à Saúde Pública e à Educação.
O Relatório Futuro do Trabalho de 2020, do Fórum Econômico Mundial, listou 15 habilidades que estarão em alta no mercado até 2025, dentre elas competências essenciais para quem deseja trabalhar com dados: pensamento crítico e analítico.
Já que os dados são tão fundamentais hoje em dia, você deve estar pensando: o que é exatamente e como adquirir essa tal fluência em dados? É sobre isso que vamos falar neste texto.
O que é fluência em dados?
Conhecida também por data literacy, a fluência em dados é a habilidade de acessar, identificar e interpretar dados tendo um objetivo predefinido. E esse objetivo muda conforme o contexto.
Por exemplo, um analista de tráfego orgânico precisa analisar o número de visitantes de um site a fim de que novas estratégias de atração sejam elaboradas. Um especialista em cibersegurança vai avaliar o número de ameaças ou tentativas de invasão de um sistema para pensar em como diminuir esse índice, ou seja, criar medidas de proteção eficazes.
De acordo com Approaches to Building Big Data Literacy, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), a fluência em dados consiste em quatro competências:
- – ler dados;
- – trabalhar com dados;
- – analisar os dados;
- – argumentar utilizando dados.
Segundo os autores, não basta saber ler e interpretar os dados, é preciso também ter uma compreensão maior da importância dos dados no dia a dia. Portanto, a fluência em dados permite o consumo pleno de informações, produtos e serviços.
Diariamente somos submetidos a um grande volume de informações. Porém, a partir do momento em que o indivíduo consegue analisar dados de maneira crítica, a resolução de problemas ou tomada de decisões sai do campo da intuição e passa a ser embasada em fontes confiáveis.
Fluência em dados e fluência digital são a mesma coisa?
Não são a mesma coisa. Hoje em dia, boa parte das crianças começam a ter contato com a tecnologia muito cedo. Desde bebês, já são estimuladas a mexer em celulares e outros aparelhos, tendo acesso a uma infinidade de conteúdos, muitas vezes sem nenhuma supervisão.
Esse processo é o que chamamos de alfabetização digital, ou seja, não significa que o indivíduo necessariamente tenha consciência ou pense criticamente sobre o conteúdo que acessa.
Já a fluência digital (ou letramento digital, como preferir), entende que o usuário não é apenas um receptor passivo de uma enxurrada informacional. Aqui, o indivíduo possui uma postura mais analítica, filtrando aquilo que consome, buscando por fontes seguras.
Apesar disso, fluentes digitais não são obrigatoriamente fluentes em dados. Isso porque pessoas letradas digitalmente podem saber onde buscar informações corretas e checadas, porém, não sabem interpretar gráficos, percentuais ou tabelas, por exemplo.
Em resumo básico, a fluência em dados remete a um nível mais avançado de entendimento de dados.
Onde aplicar a fluência de dados?
Bem, que a habilidade com dados é algo precioso no mercado de trabalho, isso é inquestionável. Mas fora do mundo dos negócios, onde aplicar esse conhecimento?
Aprender sobre dados possibilita aplicar esse conhecimento no cotidiano, para escapar de golpes, proteger seus dados pessoais, informar-se de maneira correta com fontes seguras e confiáveis, além de manter uma relação mais saudável com as redes sociais.
Por exemplo, cerca de 62% dos brasileiros não sabem reconhecer uma notícia falsa e apenas 42% ocasionalmente questiona o que lê na internet, segundo a Kaspersky.
O data literacy pode não evitar a criação de notícias falsas, mas pode reduzir (e muito!) a disseminação delas, por exemplo.
E, claro, uma vez que o indivíduo seja fluente em dados, terá total autonomia para fazer averiguações e buscar conhecimento por si só, podendo pesquisar informações direto da fonte.
Já pensou, por exemplo, nas eleições, em investigar seus candidatos no site do Tribunal Superior Eleitoral ou no Portal da Transparência? Essa é somente uma das possibilidades.
Para saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo da websérie Habilidados e descubra como usar os dados e tecnologias para gerar impacto positivo.
Quem pode ser fluente em dados e por que isso é importante?
A fluência em dados é para todos! Ou seja, qualquer pessoa pode aprender esse “idioma”. No entanto, 76% dos trabalhadores mundiais não são alfabetizados em dados. É o que diz o estudo feito pela Data Literacy Index.
A pesquisa revelou também que, apesar disso, cerca de 93% dos responsáveis por tomadas de decisão reconhecem a importância de tal habilidade, cujas vantagens são:
- – a possibilidade de análise crítica de dados;
- – tomada de decisões com base fatos concretos;
- – a possibilidade de planejar estratégias que vão de encontro com as necessidades da empresa.
Tudo isso só mostra a necessidade da alfabetização em dados. E é importante que você saiba que profissionais capazes de analisar métricas serão cada vez mais valorizados pelas empresas.
Mas não se engane com mitos sobre o tema, ter habilidade com dados não significa ser bom em números. Afinal, dados estão em toda parte: fotos, vídeos, textos, áudios… Tudo isso espalhado por servidores que formam o que chamamos de Big Data.
Tanto que é a partir desse letramento e de uma maior compreensão do que é o mundo digital que existe a profissão de Data Protection Officer (DPO), por exemplo, responsável pela proteção de bancos de dados dos clientes de uma empresa.
De todo modo, independentemente da sua profissão, é fato que a necessidade de ser alfabetizado em dados permite a tomada de decisões mais assertivas, sem que se precise apostar em um método de tentativa e erro, como era feito antigamente.
Além disso, no mundo dos dados, no qual estamos inseridos, existem situações que podem fugir do controle do indivíduo, mas que ainda exigem alguma reação ou atitude: fake news, vazamento de dados, compra e venda de dados, mudanças em algoritmos de redes sociais, dentre outras.
Então, como é possível aprender esse idioma de dados?
Como adquirir fluência em dados?
Você com certeza já deve ter feito um monte de teste online. Qual seu nível de inglês, quantos filmes assistiu no ano anterior, qual seu QI e por aí vai. Mas e como anda sua fluência em dados?
Um dos primeiros passos para ser adquirir fluência em dados é fazer um teste!
O SGB desenvolveu uma ferramenta para você autoavaliar sua fluência em dados e, assim, descobrir em quais áreas ainda precisa continuar investindo para alcançar a proficiência em dados.
Em menos de 10 minutos, ao preencher um formulário de múltipla escolha, você descobrirá se é um iniciante, aprendiz, praticante ou mentor no assunto. Ao finalizar, receberá por e-mail uma avaliação personalizada, bem como recomendações para evoluir na jornada de aprendizagem.
Basicamente, é uma forma de você entender o quanto sabe, para buscar mais conhecimento a partir de então.
Por isso, após fazer a autoavaliação, vale a pena investir em cursos, leituras e estudos complementares a dados Isso dará suporte para compreender esse novo idioma.
Além do mais, no site do SGB você encontra diversos conteúdos que vão te auxiliar nessa jornada de educação em dados, confira o texto: Educação em Dados: tudo que você precisa saber para se tornar fluente em dados.